Há um lugar de repouso no fundo do seu ser
“Sempre que você presta atenção em alguma coisa natural, em qualquer coisa que existe sem a intervenção humana, você sai da prisão do pensamento e de certa forma entra em conexão com o Ser no qual tudo o que é natural ainda existe”.
“Prestar atenção numa pedra, numa planta, num animal, não é pensar nele, mas simplesmente percebê-lo, tomar conhecimento dele. Então algo da essência desse elemento da natureza se transmite a você. Sentir a calma desse elemento faz com que o mesmo calmo desponte no seu interior. Você sente como ele repousa profundamente no Ser – unido ao que é e onde é. Ao se dar conta disso, você também é transportado de volta para um lugar de repouso no fundo do seu ser.
Veja como cada planta e cada animal é completo em si mesmos. Ao contrário dos seres humanos, eles não se dividem. Não precisam afirmar-se criando imagens de si mesmos, e por isso não precisam se preocupar em proteger e realçar essas imagens. O esquilo é ele mesmo. A rosa é ela mesma. Contemplar a natureza pode libertar você desse “eu” que é o grande causador de problemas.”
“Você não criou seu corpo nem é capaz de controlar as funções dele. Uma inteligência maior do que a mente humana encontra-se em ação. É essa inteligência que mantém tudo na natureza. Você pode se aproximar dessa inteligência percebendo sua própria energia interna. Sentindo a presença da vida dentro do seu corpo.
O ar que você respira é natureza, como também é natureza o próprio ato de respirar. Preste atenção na sua respiração e perceba que não é você quem a controla. É a respiração da natureza. Se você precisasse lembrar de respirar, morreria logo. E se tenta parar de respirar, a natureza se encarrega de manter essa respiração. Ao sentir a respiração, e ao aprender a prestar atenção nela, você se conecta à natureza da forma mais íntima e poderosa. É um ato extremamente curativo e reabastecido. Ele promove uma mudança, passando do mundo conceitual do pensamento para o mundo interior da consciência livre de condicionamentos.
Há um grande silêncio envolvendo toda a natureza. Esse silêncio também envolve você. Só quando mantém a calma e o silêncio em seu interior, é que você pode alcançar a região de calma e silêncio onde vivem as pedras, as plantas e os animais. Só quando o barulho de sua mente silencia, você se torna capaz de ligar-se à natureza num nível profundo, e ultrapassar a sensação de separação causada pelo excesso de pensamento. A natureza pode levar você à calma interior. Quando você sente a calma que a natureza te dá, e participa dela, essa calma fica permeada e enriquecida pela sua atenção. Esse é o seu retorno à natureza.”
Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio
“Sempre que você presta atenção em alguma coisa natural, em qualquer coisa que existe sem a intervenção humana, você sai da prisão do pensamento e de certa forma entra em conexão com o Ser no qual tudo o que é natural ainda existe”.
“Prestar atenção numa pedra, numa planta, num animal, não é pensar nele, mas simplesmente percebê-lo, tomar conhecimento dele. Então algo da essência desse elemento da natureza se transmite a você. Sentir a calma desse elemento faz com que o mesmo calmo desponte no seu interior. Você sente como ele repousa profundamente no Ser – unido ao que é e onde é. Ao se dar conta disso, você também é transportado de volta para um lugar de repouso no fundo do seu ser.
Veja como cada planta e cada animal é completo em si mesmos. Ao contrário dos seres humanos, eles não se dividem. Não precisam afirmar-se criando imagens de si mesmos, e por isso não precisam se preocupar em proteger e realçar essas imagens. O esquilo é ele mesmo. A rosa é ela mesma. Contemplar a natureza pode libertar você desse “eu” que é o grande causador de problemas.”
“Você não criou seu corpo nem é capaz de controlar as funções dele. Uma inteligência maior do que a mente humana encontra-se em ação. É essa inteligência que mantém tudo na natureza. Você pode se aproximar dessa inteligência percebendo sua própria energia interna. Sentindo a presença da vida dentro do seu corpo.
O ar que você respira é natureza, como também é natureza o próprio ato de respirar. Preste atenção na sua respiração e perceba que não é você quem a controla. É a respiração da natureza. Se você precisasse lembrar de respirar, morreria logo. E se tenta parar de respirar, a natureza se encarrega de manter essa respiração. Ao sentir a respiração, e ao aprender a prestar atenção nela, você se conecta à natureza da forma mais íntima e poderosa. É um ato extremamente curativo e reabastecido. Ele promove uma mudança, passando do mundo conceitual do pensamento para o mundo interior da consciência livre de condicionamentos.
Há um grande silêncio envolvendo toda a natureza. Esse silêncio também envolve você. Só quando mantém a calma e o silêncio em seu interior, é que você pode alcançar a região de calma e silêncio onde vivem as pedras, as plantas e os animais. Só quando o barulho de sua mente silencia, você se torna capaz de ligar-se à natureza num nível profundo, e ultrapassar a sensação de separação causada pelo excesso de pensamento. A natureza pode levar você à calma interior. Quando você sente a calma que a natureza te dá, e participa dela, essa calma fica permeada e enriquecida pela sua atenção. Esse é o seu retorno à natureza.”
Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio

LEMBRANDO
QUE ESTAMOS NA ENERGIA DO FESTIVAL DIWALI (DAS LUZES).
ORAÇÃO
E RITUAL A LAKSHIMI
Diwali
– Festival das Luzes reverenciando Lakshimi – Deusa da
Abundância
de
30/out/16 à 30/Nov/16
Dusehra
é uma festa baseada no livro mitológico Ramayana, na qual se celebra a vitória
de Rama (encarnação anterior de Krishna) sobre Ravana, que havia sequestrado sua
mulher Sita (encarnação anterior de Radha, esposa de Krishna).
Nessa
festa, todas essas histórias são representadas com peças teatrais, mostrando
desde as origens de Vishnú e sua Consorte Lakshmi (que reencarnaram como Rama e
Sita e, posteriormente, como Krishna e Radha).
Vinte
dias depois das celebrações do Dusehra, na lua nova de outubro ou novembro,
dependendo do calendário Veda, se realiza o FESTIVAL DIWALI ou DVALI, a festa
maior do povo hinduísta. É comemorado o retorno de Rama do combate com Ravana e
aclamado como triunfante.
Nessa
festa, também conhecida como Festival das Luzes, as casas são pintadas com
antecedência por acreditar-se que Lakshimi, a Deusa da Riqueza, Abundância e
Prosperidade, visita e abençoa as casas limpas e iluminadas, de forma que cada
um procura acender o maior número de lâmpadas e velas.
Lakshimi,
sendo a Deusa da Riqueza e da Prosperidade, é adorada e reverenciada por todos,
especialmente por empresários e comerciantes. Belíssima e comparada à beleza de
Vênus, é considerada a esposa ideal pelo seu amor e dedicação. Sua imagem é
representada sempre sobre uma flor de lotus, símbolo da pureza, e tem uma mão
levantada em postura de benção.
Lakshimi
representa o aspecto feminino de Deus em todas as suas
manifestações.
RITUAL
A LAKSHIMI
1.
Prepare sua casa como se fosse receber uma pessoa muito importante, pois, de
fato, você estará recebendo a presença, através de irradiações, da Deusa
Lakshimi.
2.
Enfeite com sua casa com muitas flores.
3.
Mantenha o ambiente com aromas florais.
4.
Acenda uma vela dourada ou amarela.
5.
Acenda incensos e todas luzes da casa.
6.
Música ambiental.
7.
Faça uma oração.
8.
Silencie a mente e desfrute das bênçãos do Festival Divali que traz Paz, Alegria
e
Prosperidade.
ORAÇÃO
A LAKSHIMI
AMADA
LAKSHIMI, DEUSA DA PROSPERIDADE,
ABRIMOS
NOSSOS CORAÇÕES E MENTES COM MUITO AMOR
PARA
RECEBER VOSSAS BÊNÇÃOS EM NOSSOS LARES
COMO
UMA FLOR DE LOTUS,
QUE
TRAZ A PUREZA NA HARMONIA DOS RELACIONAMENTOS.
QUE
O ASPECTO FEMININO DE DEUS EM TODAS AS SUAS MANIFESTAÇÕES
TRAGAM
A TODOS OS LARES A INTUIÇÃO,
A
PERCEPÇÃO, A RECEPTIVIDADE E A DEDICAÇÃO,
PARA
QUE TODOS REALIZEM A VONTADE DIVINA
DA
CONCRETIZAÇÃO DA FELICIDADE
E
DA ABUNDÂNCIA EM CONSCIÊNCIA CRÍSTICA
E
NA FRATERNIDADE ENTRE TODOS OS SERES.
QUE
A VOSSA BELEZA SE REFLITA SOBRE NÓS,
PARA
QUE POSSAMOS PENSAR, SENTIR, FALAR, DETERMINAR E AGIR
APENAS
ATRAVÉS DE NOSSA PRESENÇA EU SOU.
OH
PODEROSA E MAJESTOSA LAKSHIMI,
DEUSA
DA PROSPERIDADE E DA DEDICAÇÃO,
BEM-VINDA
AO NOSSO LAR, O PLANETA TERRA,
PARA
QUE A VOSSA LUZ ILUMINE E ABENÇOE
TODAS
AS MORADAS DE VOSSOS FILHOS.
QUE
NA UNIDADE DE DEUS PAI E MÃE
SE
CONFRATERNIZAM TODAS AS RAÇAS, CREDOS E RELIGIÕES
PARA
QUE O ASPECTO FEMININO DE DEUS,
EM
TODAS AS SUAS MANIFESTAÇÕES,
ILUMINE
NOSSO CAMINHO PARA A ASCENSÃO
E
A LIBERDADE ETERNA,
NA
PAZ, NO AMOR, NA HARMONIA
DE
TODOS OS RELACIONAMENTOS!
ASSIM
SEJA, HOJE E POR TODA ETERNIDADE!
COMO
ATRAIR AS ENERGIAS DA PROSPERIDADE DURANTE O DIVALI E EM QUALQUER
OCASIÃO
•
Ilumine a porta da casa e as janelas (acenda as luzes), abrindo o caminho para a
Prosperidade entrar.
•
Faça uma cesta de frutas (maçã, banana e laranja) como símbolo de fartura,
abençoe-as e compartilhe com outras pessoas.
•
Acenda velas, durante o fetival, nas cores laranja, vermelha ou
amarela.
•
Fazer uma oração pedindo as bênçãos de Lakshimi para o seu lar e para o seu
trabalho.
•
Emitir o Pravana diariamente 9 vezes consecutivas.
O
mantra “S H R I M”, dedicado a LAKSHIMI, é o mantra da Prosperidade que atrai a
Abundância.
Que
as bênçãos de Prosperidade e Abundância de LAKSHIMI iluminem você, seu lar e seu
trabalho hoje e sempre.
ORAÇÃO
A LAKSHIMI
LAKSHIMI,
DEUSA DA PROSPERIDADE E DA ABUNDÂNCIA,
ABRO
MEU CORAÇÃO E MEU LAR COM MUITO AMOR
E
EXUBERANTE ALEGRIA PARA RECEBÊͳLA NO MEU TEMPLO INTERNO
E
NO TEMPLO DA MINHA MORADA.
QUE
SUAS BÊNÇÃOS CHEGUEM A MIM
TRAZENDO
A PUREZA DA FLOR DE LÓTUS,
A
HARMONIA NOS MEUS RELACIONAMENTOS E
A
PROSPERIDADE EM TUDO O QUE EU EXECUTAR COM FÉ,
ENTUSIASMO
E ALTRUÍSMO.
QUE
O ASPECTO FEMININO DE DEUS
EM
TODAS AS SUAS MANIFESTAÇÕES ME TRAGAM INTUIÇÃO,
PERCEPÇÃO,
DEDICAÇÃO E RECEPTIVIDADE
PARA
QUE EU POSSA REALIZAR TODAS AS MINHAS ATIVIDADES COM
ALEGRIA
E FELICIDADE.
QUE
SUA MAJESTOSA BELEZA REFLITA EM MEUS PENSAMENTOS
PARA
QUE EU POSSA SENTIR, FALAR, OUVIR E AGIR SOMENTE
COM
A CONSCIÊNCIA DA MINHA PRESENÇA DIVINA.
QUE
A SUA LUZ ME ENVOLVA DENTRO DE UM CAMPO MAGNÉTICO DE
ABUNDÂNCIA
PARA
QUE EU POSSA TER TUDO O QUE NECESSITO
E
EXPANDIR ESSA MINHA PROSPERIDADE PARA TODOS.
TUDO
O QUE ME FOR OFERTADO EU ABENÇOO
E
CONSAGRO PARA A REALIZAÇÃO DO PLANO DIVINO.
AMADA
LAKSHIMI, BEM VINDA A MINHA VIDA E AO MEU LAR!
EU
SOU, EU SOU, EU SOU
A
MANIFESTAÇÃO DE TUDO O QUE DESEJO NESTE INSTANTE,
HOJE
E SEMPRE!
SHRIM!
SHRIM!! SHRIM! SHRIM!
SHRIM!
SHRIM! SHRIM! SHRIM! SHRIM!!
Evolução
humana: a dieta conta nossa história – Parte 1.1 – A Origem
Dietética
Publicado
por Giulia Baptista Em 29 de July de 2014
*Este
texto é parte de uma extensa pesquisa, ainda não inteiramente publicada.
1.
1 – A Origem Dietética da Espécie Humana
Ainda
hoje, muitos antropólogos consideram que o fato de consumir carne constituiu um
passo transcendental na carreira evolutiva do ser humano. Segundo eles, a
necessidade do consumo de carne surgiu devido a alterações ambientais no
planeta, como a era glacial. Essas alterações teriam deixado o ambiente
inóspito, o que levou o homem a utilizar utensílios e inventar armas para poder
caçar, já que a sua autonomia natural (sem presas ou garras, entre outras
características biológicas limitadoras) não o permitia. De acordo com esses
mesmos antropólogos, a descoberta do fogo teria sido fator chave na nova dieta,
já que podia ser utilizado para dourar as carnes recém caçadas. Se aceitarmos
que o homem inventou as armas e aprendeu a manusear o fogo, então também devemos
aceitar que existiu ao menos algum ser humano, antes de ocorrerem esses fatos,
que não foi carnívoro, mas sim herbívoro. Seguindo este raciocínio, se o homem
realmente é herbívoro na sua origem, o fato de adotar padrões de conduta
alimentares contrários à esta natureza herbívora provavelmente poderia o levar a
um desfecho desfavorável, muito mais do que à uma suposta evolução. Vejamos os
fatos.
Certamente
os seres humanos começaram a comer carne em algum momento antes da história
registrada, mas apenas porque, ao contrário dos demais animais, os seres humanos
são capazes desse tipo de experimentação. No entanto, este curto período de
tempo como carnívoros (provavelmente a partir da última glaciação) não foi
suficiente para ter tido um impacto evolutivo sobre nós. Um dos estudos que dão
suporte a essa ideia utiliza o exemplo de alterações alimentares e a reação dos
organismos. Cães foram alimentados com tijolos maciços de manteiga e foi
possível observar que o mesmo nível de colesterol é mantido em seu organismo. O
homem, no entanto, ao comer alimentos de origem animal, tende a aumentar muito
seu colesterol.
Muitos
antropólogos também acreditam que a maioria dos seres humanos primitivos se
alimentavam principalmente de vegetais, sendo mais coletores do que caçadores.
Essa pesquisa é corroborada pelo fato de que o sistema digestivo humano se
assemelha ao de outros animais herbívoros, e não ao de carnívoros. Tirando a
questão dos dentes caninos, que outros animais herbívoros também possuem, temos
molares grandes e chatos, os quais nenhum animal carnívoro possui. A ideia do
ser humano ser herbívoro também é apoiada por estudos que demonstram que as
dietas carnívoras representam maior incidência de doenças cardíacas e câncer que
as dietas herbívoras. De acordo com o doutor William Clifford Roberts, autor do
artigo “We think we are one, we act as if we are one, but we are not one” e
editor-chefe do conceituado American Journal of Cardiology, os carnívoros e os
herbívoros são “feitos” diferentemente. Os carnívoros têm garras e dentição
afiada para rasgar a carne; os herbívoros têm mãos (ou cascos) para pegar os
alimentos e dentição plana para moer as verduras, frutas e grãos. Além disso, o
intestino dos carnívoros é curto, digerindo rapidamente a carne e excretando os
produtos residuais; os herbívoros têm intestinos largos, permitindo um tempo
maior para digerir os nutrientes dos alimentos vegetais. Quanto à forma de
refrescamento corporal, os carnívoros ofegam e lambem água; os herbívoros, em
contraste, suam para se refrescar e tragam ou bebem a água. Os animais
carnívoros ainda produzem sua própria vitamina C, e os herbívoros a obtém ao
consumir alimentos vegetais. Um exemplo disso são os gatos domésticos que se
alimentam com ração e não podem utilizar betacaroteno como precursor de vitamina
A, tampouco produzir um ácido graxo essencial, o arquidônio, através de ácido
linoleico presente nas plantas. Por outro lado, podem sintetizar sua própria
vitamina C, que é virtualmente ausente na carne e produtos
lácteos.
Todos
esses dados nos levam a crer que a espécie humana é perfeita para subsistir em
uma base principal ou totalmente vegetariana, mas, em algum momento de sua
história evolutiva, adquiriu o hábito de consumir carne. Este hábito pode e
provavelmente foi útil à sua sobrevivência, mas trouxe consequências graves ao
nosso organismo e ao meio ambiente.
A
maioria dos antropólogos concordam que o consumo de carne contribuiu para formar
o ambiente físico e social que selecionou as características que distinguiram os
seres humanos dos macacos. Deste modo, o consumo de carne associado ao homem, em
relação ao grau de especialização evolutiva, deixa-nos acima dos outros animais.
No entanto, isso contradiz o fato demonstrado atualmente de que o consumo de
carne é prejudicial ao ser humano. Como poderia contribuir ao perfeccionismo
evolutivo uma característica que atenta contra a qualidade de vida da espécie?
Por que ainda sustentamos tal contradição?
Alguns
antropólogos, como Blumenshine e Cavallo, da Universidade de Rutgers, nos
Estados Unidos, afirmam que existe todo um esquema sofisticado para demonstrar
que o homem foi caçador-coletor, porém esse esquema está baseado muito mais em
preconceitos sexuais e outros do que sobre registros de fósseis ou da ecologia
dos alimentos encontrados. E mais: segundo os especialistas, o homem não chegou
a ser carnívoro tornando-se caçador, mas tornando-se uma “hiena-humana”, um
aproveitador dos cadáveres de animais mortos pelos predadores ou carnívoros
verdadeiros (Blumenshine RJ et al. Scavening and Human Evolution. Sci Am. 1992
Oc:70-6).
O
PhD Júlio Navarro, da unidade de cardiologia da USP, afirma que sob qualquer um
desses prismas, o consumo de carne pode ter afetado o cabedal genético dos seres
humanos, considerando que essa influência representou a perda de características
que provavelmente os seres humanos tiveram em certo tempo de sua existência
evolutiva, como a saúde e a longevidade. E ele ainda questiona: “será que
poderíamos dizer que o homem, depois de se tornar carnívoro, iniciou um processo
involutivo?”.
Podemos
tentar responder essa questão com estudos feitos com primatas, entre eles o da
antropóloga Katharine Milton, professora da Universidade da Califórnia (Milton
K. Diet and primate evolution. Sci Am. 1993 Aug:70-7). É possível perceber que o
macaco-aranha, por exemplo, é um especialista em selecionar frutos maduros, além
de mostrar um comportamento adaptativo à disponibilidade sazonal de alimentos.
Essa sua habilidade conferiu modificações evolutivas, com os alimentos vegetais
assumindo uma crescente importância neste tempo evolucionário; a seleção deu
lugar aos traços agora considerados características dos primatas. Conferiram
maior aproveitamento das árvores e mobilidade (mãos hábeis), capacidade de
percepção visual, ajudando a viajarem através do espaço tridimensional das
árvores discernindo a presença de frutos maduros e folhas macias, favorecendo a
capacidade de aprender e recordar a identidade e localização das partes
comestíveis.
Muitas
pessoas podem se surpreender ao ouvir que nossos ancestrais viviam em uma dieta
semi-vegetariana há vários milhões de anos. Alguns antropólogos têm fomentado o
estereótipo do “homem caçador”, mas estudos contemporâneos sobre
“caçadores-coletores” sugerem que os primeiros humanos viveram principalmente em
uma dieta de alimentos de origem vegetal, com a suplementação de carne animal em
alguns casos. Estudos de aborígenes australianos tribais e dos Kung, no sul da
África do Sul – grupos que vivem em condições semelhantes às de nossos
ancestrais – mostram que apenas cerca de um quarto da sua ingestão calórica
deriva de produtos de origem animal. Nozes, sementes, frutas e vegetais são os
alimentos básicos desses grupos. Uma visão de seres humanos coletores, em vez de
caçadores, parece ser um retrato mais preciso dos nossos ancestrais (Fonte: Vida
Vegana).

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