sexta-feira, 14 de outubro de 2016

avos e nana



Entenda o Dia dos Avós e a relação com Santa Ana!

O Orixá Nanã sincretiza com Nossa Senhora de Santa Ana, avó de Jesus, mãe de Maria, por ser caracterizada como uma Iabá anciã, já que é a força da natureza feminina mais antiga na criação divina. Para alguns, Nanã, é a “Senhora dos Mistérios”, pois Nanã teve participação ativa na criação do mundo.

Tanto é assim, que se louva Nanã no ponto como: "Se minha Mãe é Saluba... O Orixá mais velho do céu..."

O Orixá Nanã é primordial, é a energia que dá origem ao mundo, é a energia que é Criadora, é representativa da junção do elemento Terra e Água, que gera o elemento primordial de onde surgiu toda a vida no Planeta Terra. Da lama, do barro, surgiu a primeira manifestação de vida no planeta. Dessa energia que surge toda a vida e é para essa energia que volta toda a vida quando finda a encarnação.

Nanã Buruquê, ou Burucu, ou Anemburoquê, é o Orixá feminino do fundo das águas de lago ou mar, do lodo e da lama, e da velhice. É o mais velho orixá feminino; mãe de todos os orixás, para alguns, ou apenas de Obaluaiê e Oxumaré. Em alguns mitos, é esposa de Oxalá e está ligada à criação do mundo. Nanã sintetiza em si morte, fecundidade e riqueza.

Nanã é quem participa na formação da vida, é o princípio, o meio e o fim da Criação, tem o poder de dar vida e forma aos seres humanos. É ela que manipula o elemento água e terra formadores da vida na Terra. Tanto é assim que seu elemento natural é a lama dos pântanos, as águas paradas da natureza.

Regula tanto o nascimento quanto a morte do ser encarnado. Nanã responde, juntamente com Obaluaiê pelo equilíbrio energético da matéria e do espírito. A energia regida por Nanã é muito utilizada nos problemas espirituais, desmanchando miasmas e obsessões, bem como se deve invocá-la nos processos cirúrgicos.

É o Orixá que tem forte ligação com os “eguns” (espíritos dos mortos), já que é associada com a criação e a morte dos seres vivos. Somente através da morte do corpo poderemos voltar a nascer, ter outra vida, uma nova encarnação, um novo destino, e nesse processo a energia responsável por essa transformação contínua é a que vem através de Nanã.

No processo de encarnação do espírito, Nanã atua junto com a energia de Obaluaiê na preparação e adormecimento do espírito que irá ocupar novamente uma matéria. Obaluaiê é responsável pelo processo energético de redução do períspirito à forma do feto, enquanto Nanã responde pelo adormecimento emocional do espírito, decantando as emoções desse espírito para uma nova experiência na matéria, fazendo com que esse espírito reencarnante não tenha lembranças de nada que vivenciou anteriormente.

Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres. Por isso, é o Orixá que rege a velhice, a senilidade, por estar associada à época de nossas vidas em que já começamos a não ter lembrança de tudo que nos acontece.E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.

- Cor: Roxa ou Lilás (Em algumas casas: branco e o azul)

- Fio de Contas: Contas, firmas e miçangas de cristal lilás.

- Ervas: Manjericão Roxo, Colônia, Ipê Roxo, Folha da Quaresma, Erva de Passarinho, Dama da Noite, Canela de velho, Salsa da Praia, Manacá. (Em algumas casas: assa peixe, cipreste, erva macaé, dália vermelho escura, folha de berinjela, folha de limoeiro, manacá, rosa vermelho escura, tradescância)

- Símbolo: Chuva.

- Pontos da Natureza: Lagos, águas profundas, lama, cemitérios, pântanos e poços.

- Flores: Todas as flores roxas.

- Essências: Lírio, Orquídea, limão, narciso, dália.

- Pedras: Ametista, cacoxenita, tanzanita

- Metal: Latão ou Níquel

- Saúde: Dor de cabeça e Problemas no Intestino

- Planeta: Lua e Mercúrio

- Dia da Semana: Sábado (Em algumas casas: Segunda)

- Elemento: Água

- Saudação: Saluba Nanã

- Numero: 13

- Data Comemorativa: 26 de julho

- Sincretismo: Senhora Santa Ana

- Incompatibilidades: Lâminas, multidões.

Salve Nanã, Saluba Nanã, que a vossa força possa revitalizar nossas vidas, que vossa Luz conduza nossos destinos e que seus guardiões esteja sempre à nossa frente nos defendendo de quem nos deseje mal. Saluba Nanã.

Santa Ana ou Santana
(Mãe da Virgem Maria)

Mulher nazarena que apesar de não ser mencionada nos Evangelhos, pela tradição da Igreja Católica seria a mãe da Virgem Maria e, portanto, avó materna de Jesus Cristo. De acordo com a tradição, era filha de Natã, sacerdote belemita, e de Maria, e foi a mais jovem de três irmãs bíblicas. Suas outras irmãs mais velhas seriam Maria de Cleofas, mãe de Salomé, e Sobé, mãe de santa Isabel, que geraria são João Batista. Casou-se com são Joaquim e por muitos anos permaneceu estéril, só dando a luz a Maria em avançada. Teria morrido pouco depois de apresentar Maria no Templo, consagrando-a a Deus, quando a filha contava apenas três anos de idade. Seu culto difundiu-se no Oriente, e no século VI o imperador Justiniano mandou erguer-lhe um templo em Constantinopla. Nos séculos seguintes a veneração expandiu-se também pela Europa. Em uma bula (1584) o papa Gregório XIII instituiu que sua festa seria comemorada no dia 26 de julho, mês que passou a ser denominado mês de sant'Ana. Venerada como padroeira das mulheres casadas, especialmente das grávidas, cujos partos torna rápidos e bem-sucedidos, é também protetora das viúvas, dos navegantes e marceneiros.

Oração a Santa Ana

Senhora Santa Ana, fostes chamada por Deus a colaborar na salvação do mundo.
Seguindo os caminhos da Providência Divina, recebestes São Joaquim por esposo.
Deste vosso matrimônio vivido em santidade, nasceu Maria Santíssima, que seria a Mãe de Jesus Cristo.
Formando Vós família tão santa, confiastes nós vos pedimos por essa nossa família.
Alcançai-nos à todos as graças de Deus: aos Pais deste lar, que vivam na santidade do matrimônio e formem seus filhos segundo o Evangelho; aos Filhos desta casa, que cresçam em sabedoria, graça e santidade e encontrem a vocação a que Deus os chamou.
E a Todos nós Pais e Filhos, alcançai-nos a alegria de viver fielmente na Igreja de Cristo, guiados sempre pelo Espírito Santo, para que um dia, após as alegrias e sofrimentos desta vida, mereçam também nós chegar à casa do Pai, onde vos possam encontrar, para juntos sermos eternamente felizes, no Cristo, pelo Espírito Santo.
Amém!


LENDAS DE NANÃ
1ª Lenda
A mais significativa, sem dúvida, é a que fala de Oxalá se disfarçando para retirar dela o poder sobre os eguns e consequentemente o poder de deusa suprema de uma localidade que explicamuito bem a dominação da nação (matriarcal) do Daomé (criadora de Nanã) pela cultura patriarcal dos iorubas, dos quais Oxalá é o principal representante.
2ª lenda
Esta cita Nanã como uma mãe terrível que abandonou os filhos de Oxumaré, por nascer com forma de cobra, e Omulú por ser defeituoso. Esta narrativa transfere para Yemanjá a função de cuidar de Omulu: a mãe do panteão iorubá foi quem recolheu um dos filhos da cultura daomeana, mostrando que os dominadores aceitavam os mitos dos dominados, ao mesmo tempo em que destronavam a figura que os ameaçava, a mãe e pai de todos. Nanã mostrada a partir de então como uma megera sem poderes.
3ª lenda
Nanã era rainha de um povo e tinha poder sobre os mortos. Para roubar esse poder, Oxalá casou com ela, mas não ligava para a mulher. Então Nanã fez um feitiço para ter um filho. Tudo aconteceu como ela queria mas, por causa do feitiço, o filho Omulu nasceu todo deformado. Horrorizada, Nanã jogou-o no mar para que morresse. Como castigo pela crueldade, quando Nanã engravidou de novo, Orunmilá disse que o filho seria lindo mas se afastaria dela para correr mundo. E nasceu Oxumaré, que durante seis meses vive no céu como o arco-íris, e nos outros seis é uma cobra que se arrasta no chão.
4ª lenda
Na aldeia chefiada por Nanã, quando alguem cometia um crime, era amarrado a uma árvore e então Nanã chamava os Eguns para assustá-lo.
Ambicionando esse poder, Oxalá foi visitar Nanã e deu-lhe uma poção que fêz com que ela se apaixonasse por ele. Nanã dividia o reino com ele, mas proibiu sua entrada no Jardim dos Eguns. Mas Oxalá espionou-a e aprendeu o ritual de invocação dos mortos. Depois, disfarçando-se de mulher com as roupas de Nanã, foi ao jardim e ordenou aos Eguns que obedecesse, “ ao homem que vivia com ela” (ele mesmo). Quando Nanã descobriu o golpe quis reagir, mas como estava apaixonada, acabou aceitando o poder com o marido. Hoje no Culto aos Egungun só os homens são iniciados para chamar os eguns.
5ª lenda
Certa vez, os Orixás se reuniram e começaram a discutir qual deles seria o mais importante. A maioria apontava Ogun, considerando que ele é o Orixá do ferro, que deu à humanidade o conhecimento sobre o preparo e uso das armas de guerra, dos instrumentos para agricultura, caça e pesca, e das facas para uso doméstico e ritual. Somente Nanã discordou e, para provar que Ogum não é tão importante assim, torceu com as próprias mãos os animais destinados ao sacrifício em seu ritual. É por isso que os sacrifícios para Nanã não podem ser feitos com instrumentos de metal.
MITOLOGIA DOS ORIXÁS
1) Nanã formece a lama para a modelagem do homem
Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o Orixá tentou vários caminhos. Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu.
Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. Depedra, a tentativa ainda foi pior.
Fêz fogo e o homem se consumiu. Tentou o azeite, água e até vinho de palma, e nada.
Foi então que Nanã Buruquê veio em seu socorro.
Apontou para o fundo do lago com seu ibiri, seu cetro e arma, e de lá retirou uma porção de lama.
Nanã deu a porção de lama a Oxalá, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as aguas , que é Nanã.
2) Nanã tem um flho com Oxalufã
Nanã era considerada grande justiceira. Qualquer problema que ocorresse, todos a procuravam para ser a juíza das causas. Mas sua imparciabilidade era duvidosa. Os homens temiam a justiça de Nanã, pois se dizia que Nanã só castigava os homens e premiava as mulheres.
Nanã tinha um jardim com um quarto para os eguns que eram comandados por elas. Se alguma mulher reclamava do marido, Nanã mandava prendê-lo.
Batia a parede chamando os eguns. Os eguns assustavam e puiam o marido. Só depois Nanã o libertava.
Ogum foi reclamar a Ifá sobre o que ocorria. Segundo Exu, conhecido como bisbilhoteiro, Nanã queria dizimar os homens.
Os Orixás reunidos resolveram dar um amor para Nanã, para que ela se acalmasse e os deixassem em paz.
O Orixás enviaram Oxalufã nessa missão. Chegando à casa de Nanã, Oxalufã foi servido com ricos alimentos. Mas o velho pediu-lhe que fizesse um suco de igbins, de caracóis. Oxalufã, muito sábio, fez Nanã beber com ele o suco. Nanã bebeu dormiu era, a água que acalma. Assim Nanã foi se acalmando.
Cada dia que passava, Nanã se afeiçoava mais a Oxalufã. Pouco a pouco Nanã foi cedendo aos pedidos de Oxalufã. Mas até então Nanã não havia mostrado a ele o seu jardim.
Um dia, uma mulher queixosa do marido procurou Nanã, e ela, aconsehada por Oxalufã, quis ouvir ambos os cônjuges, não só a mulher, mas também o seu marido.
Nanã tinha se acalmado. Mostrou de vez todo o seu reino à Oxalufã. Mostrou tambem como comandava os eguns. Oxalufã observou tudo.
Um dia, quando Nanã se ausentou de casa, Oxalufã vestiu-se de mulher e foi com os eguns. Com a voz mansa como a da velha, Oxalufã ordenou aos eguns que dali em diante eles atenderiam aos peidos do homem que vivia na casa dela.
E sua volta, Nanã foi surpreendida com a afirmação de Oxalufã, que ele também mandaria nos eguns. Mesmo contrariada, Nanã acatou o dito, pois estava enamorada do velho, queria ter com ele um filho. Mas Oxalufã disse à Nanã que não poderiam ter um filho, pois ambos tinham o mesmo sangue.
Nanã estava inconformada e não aceitou o interdito. Preparou uma comida contendo um pó mágico e fez com que Oxalufã adormecesse. Aproveitando-se do sono de Oxalufã, Nanã deitou-se com ele e engravidou. Quando acordou, Oxalufã ficou muito contrariado. Não podia mais confiar em Nanã, pois ela se aproveitara de seu sono.
E Oxalufã abandonou Nanã, indo viver com Yemanjá.



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