terça-feira, 27 de setembro de 2016

o 5o pilar do islã



O Quinto Pilar do Islã: A Peregrinação (Hajj)


 O Hajj (peregrinação à Meca) é a quinta das práticas e instituições islâmicas fundamentais conhecidas como os cinco pilares do Islã. A peregrinação no Islã não é feita a túmulos de santos, a monastérios em busca de ajuda de homens sagrados, ou locais onde supostos milagres aconteceram, muito embora nós vejamos muitos muçulmanos fazendo isso. A peregrinação é feita à Caaba, encontrada na cidade sagrada de Meca na Arábia Saudita, a ‘Casa de Deus,’ cuja santidade reside no fato de que o Profeta Abraão a construiu para a adoração a Deus. Deus o recompensou atribuindo a Casa a Si próprio, em essência honrando-a, e fazendo-a o epicentro devocional para o qual todos os muçulmanos se voltam quando oferecem as orações (salah). Os rituais de peregrinação são realizados hoje exatamente como foram feitos por Abraão, e depois dele pelo Profeta Muhammad, que Deus os exalte.


A peregrinação é vista como uma atividade particularmente meritória. A peregrinação serve como uma penitência – o perdão supremo para pecados, devoção e intensa espiritualidade. A peregrinação à Meca, a cidade mais sagrada no Islã, é exigida de todos os muçulmanos física e financeiramente capazes uma vez em suas vidas. O ritual de peregrinação começa uns poucos meses após o Ramadã, no oitavo dia do último mês do ano islâmico de Dhul-Hijjah, e termina no décimo terceiro dia. Meca é o centro para o qual os muçulmanos convergem uma vez ao ano, se encontram e revigoram a fé de que todos os muçulmanos são iguais e merecem o amor e simpatia dos outros, independentemente de sua raça ou origem étnica. A harmonia racial promovida pelo Hajj é talvez melhor capturada por Malcom X em sua peregrinação histórica:


‘Todos entre os milhares no aeroporto, prestes a deixar Jeddah, estavam vestidos dessa forma. Você podia ser um rei ou um camponês e ninguém saberia. Alguns personagens poderosos, que foram discretamente mostrados a mim, vestiam a mesma coisa que eu. Uma vez vestidos, todos nós começávamos a chamar intermitentemente “Labbayka! (Allahumma) Labbayka!” (A seu serviço, Ó Senhor!) Reunidas no avião estavam pessoas brancas, pretas, marrons, vermelhas e amarelas, olhos azuis e cabelos loiros, e meu cabelo vermelho encaracolado – todos juntos, irmãos! Todos honrando o mesmo Deus, todos honrando igualmente uns aos outros. . .


Foi quando pela primeira vez eu comecei a reavaliar o ‘homem branco’. Foi quando eu comecei a perceber que ‘homem branco’, como é comumente usado, só significa complexão secundariamente; primariamente descreve atitudes e ações. Na América, ‘homem branco’ significava atitudes e ações específicas em relação ao homem negro, e em relação a todos os homens não-brancos. Mas no mundo islâmico, eu vi que homens com complexões brancas eram mais genuinamente fraternais que qualquer um com quem eu já tivesse estado. Aquela manhã foi o começo de uma mudança radical em meu ponto de vista sobre homens ‘brancos’.


Existiam dezenas de milhares de peregrinos, de todo o mundo. Eles eram de todas as cores, de loiros de olhos azuis a africanos de pele negra. Mas estávamos todos participando no mesmo ritual exibindo um espírito de unidade e irmandade que minhas experiências na América tinham me levado a acreditar que nunca poderia existir entre o branco e o não-branco... A América precisa entender o Islã, porque essa é a única religião que apaga de sua sociedade o problema racial. Ao longo de minhas viagens no mundo islâmico, eu tenho encontrado, falado e até mesmo comido com pessoas que na América seriam consideradas brancas – mas a atitude ‘branca’ foi removida de suas mentes pela religião do Islã. Eu nunca tinha visto irmandade sincera e verdadeira praticada por todas as cores juntas, independentemente de sua cor.”


A peregrinação une os muçulmanos do mundo em uma fraternidade internacional. Mais de dois milhões de pessoas realizam o Hajj a cada ano, e o ritual serve como uma força unificadora no Islã ao reunir seguidores de origens diversas em adoração. Em algumas sociedades islâmicas, uma vez que o crente fez a peregrinação, ele é geralmente identificado com o título de ‘hajji’; isso, entretanto, é um costume cultural, ao invés de religioso. Finalmente, o Hajj é uma manifestação da crença na unicidade de Deus – todos os peregrinos adoram e obedecem aos comandos do Deus Único.


Em certas estações nas rotas das caravanas para Meca, ou quando o peregrino passa no ponto mais próximo a essas estações, o peregrino entra no estado de pureza conhecido como ihram. Nesse estado, certas ações ‘normais’ do dia e da noite se tornam proibidas para os peregrinos, como cobrir a cabeça, cortar as unhas, e usar roupa normal no que se refere aos homens. Os homens removem suas roupas e adotam vestimentas específicas para esse estado de ihram, dois tecidos brancos sem costura enrolados no corpo. Tudo isso aumenta a reverência e santidade da peregrinação, da cidade de Meca e do mês de Dhul-Hijjah. Existem 5 estações, uma nas planícies da costa nordeste de Meca na direção do Egito e uma ao sul na direção do Iêmen, enquanto três ficam ao norte ou leste na direção de Medina, Iraque e al-Najd. A vestimenta simples significa a igualdade de toda a humanidade aos olhos de Deus, e a remoção de todas as afeições mundanas. Após entrar no estado de ihram, o peregrino prossegue até Meca e espera o começo do Hajj. No sétimo dia de Dhul-Hijjah o peregrino é relembrado de seus deveres, e no começo do ritual, que ocorre entre o oitavo e décimo segundo dia do mês, o peregrino visita os locais sagrados fora de Meca – Arafah, Muzdalifah, e Mina – e sacrifica um animal celebrando o sacrifício de Abraão. O peregrino então apara ou raspa seu cabelo e, após jogar sete pedras em pilares específicos em Mina em três ou quatro dias consecutivos, se dirige à mesquita central onde ele caminha sete vezes em volta do santuário sagrado, ou Caaba, na Grande Mesquita, e anda de um lado para outro, caminhando e correndo, entre os dois pequenos montes de Safaa e Marwah sete vezes. Discutir o significado histórico e espiritual de cada ritual está além do propósito desse artigo introdutório.


Além do Hajj, a “peregrinação menor” ou umrah é realizada pelos muçulmanos durante o resto do ano. Realizar a umrah não substitui a obrigação do Hajj. É semelhante à peregrinação islâmica maior e obrigatória (hajj), e os peregrinos podem escolher entre realizar a umrah separadamente ou junto com o Hajj. Como no Hajj, o peregrino começa a umrah assumindo o estado de ihram. Eles entram em Meca e circulam o santuário sagrado da Caaba sete vezes. Eles devem então tocar a Pedra Negra, se puderem, orar atrás da Maqam Ibrahim (Estação de Abraão) e beber a água sagrada da fonte de Zamzam. Andar entre os montes de Safa e Marwah sete vezes e aparar ou raspar os cabelos completa a umrah.





Hajj Muçulmano
Hajj ou Hadj (árabe:حج) é o nome dado à peregrinação realizada à cidade santa de Meca pelos muçulmanos. É considerada como o último dos "Cinco pilares do Islamismo" (arkan), sendo obrigatória, pelo menos uma vez na vida, para todo o muçulmano adulto, desde que este disponha dos meios econômicos e goze de saúde. Cerca de 3 milhões de pessoas de todos os pontos do planeta realizam anualmente o Hajj.
O Hajj só pode ser efetuada uma vez por ano, entre o oitavo e o décimo terceiro dia do mês de Dhu al-Hijja, o último mês do calendário islâmico.
Se a peregrinação a Meca ocorrer noutra altura do ano será chamada de Umra; é considerada uma boa ação, mas não substitui o Hajj. A Umra é também conhecida como a "peregrinação menor". Difere em relação ao Hajj ao nível dos ritos: a Umra inclui apenas os ritos realizados na Grande Mesquita de Meca.
A expressão El hajj ou el hadj pode ser colocada na frente do nome das pessoas que já fizeram a peregrinação.
Liturgia do Hajj
A realização da peregrinação é antecedida pela manifestação do desejo de efetuá-la (niyya, "intenção"). Para esse efeito foram desenvolvidas fórmulas que proclamam essa intenção. A decisão de partir em peregrinação não deve prejudicar ninguém, caso contrário o Hajj será inválido. O peregrino não deve contrair dívidas para fazer a viagem, não deve deixar dívidas por pagar e não deve deixar os membros da sua família sem recursos ou em situação desprotegida.
A partir do momento em que o peregrino se encontra a uma certa distância da cidade de Meca, deve proceder à entrada no estado de ihram ("sacralização", estado sagrado), que consiste em vestir a roupa (iharam) que usará durante a celebração dos rituais: duas peças de tecido brancas não cosidas e sandálias igualmente não cosidas. Enquanto permanecer no estado ihram o peregrino não deve cortar o cabelo, cortar as unhas, usar perfumes, matar animais, envolver-se em discussões ou lutas, manter relações sexuais ou contrair matrimônio. O peregrino volta outra vez a proclamar a sua intenção em efetuar o Hajj.
Depois de entrar na Grande Mesquita de Meca o peregrino efetua o tawaf, que consiste em realizar sete voltas à Kaaba no sentido contrário aos ponteiros do relógio (cada volta é chamada de shawt, sete ashwat constituem o tawaf). Durante as sete voltas o muçulmano efetua orações. As primeiras três voltas devem ser efetuadas a um passo mais acelerado.
De seguida, o peregrino procede à prática do sa´ee (ou sa´y, "deambulação") percorrendo um corredor entre os montículos de Safá (Safa) e Meruá (Marwa), ainda dentro da mesquita, de novo sete vezes. Este ato recorda o desespero de Agar, mulher de Abraão, quando procurava água para o seu filho Ismael entre aqueles dois pontos. Os peregrinos podem também beber um pouco da água do poço de Zamzam, que se encontra na mesquita e que salvou Agar e o seu filho.
O peregrino recita depois o talbiya, uma oração na qual declara que faz o Hajj unicamente em honra de Deus.
Depois do pôr-do-sol os peregrinos dirigem-se para Mina, um local perto de Meca, onde acampam e passam a noite. Devem aqui realizar as suas orações. Termina aqui o primeiro dia do Hajj.
No dia seguinte (dia 9 do mês de Dhu al-Hijja), os peregrinos deixam Mina em direcção a Arafat, um local habitualmente referido como um monte, mas que na realidade é uma planície a cerca de 20 km de Meca. Uma vez em Arafat o dia é consagrado à oração, à leitura do Alcorão e ao pedido de perdão a Deus pelos pecados cometidos. O peregrino chegou ao ponto alto do Hajj.
Após o pôr-do-sol os peregrinos dispersam, abandonando Arafat em direção a Muzdalifah. Em Muzdalifah fazem a oração da noite e lá deverão passar a noite em tendas. Durante a noite recolhem-se pequenas pedras que serão usadas num ritual do dia seguinte. Antes do nascer do sol parte-se para Mina.
Em Mina os peregrinos atiram sete pedras contra três bétilos (pedras que eram adoradas como divindades nos tempos pré-islâmicos). A maior delas, Jamarat al-Kubra, representa hoje Satanás. O ato tem como simbologia o desejo de se renunciar ao mal e exaltar o Deus único. Cada peregrino deve depois sacrificar um animal (um carneiro ou um bode). Os ritos terminam com o início de um festival de três dias que celebra o fim do Hajj, o Eid al-Adha ("Festa do Sacrifício"). Uma vez que é impossível consumir toda a carne que resultou de cada um dos sacrifícios, as autoridades locais desenvolveram complexos de tratamento das carnes para serem mais tarde distribuídas pelos mais necessitados. Em Mina os peregrinos podem retirar os trajes que usaram durante os rituais.
Por último, o peregrino deve efetuar um tawaf e um sa´ee finais antes de se despedir de Meca. Todo o homem ou mulher que efetuou o Hajj é chamado de hajji ou hajja respetivamente, alcançado um estatuto de respeito na comunidade e na família.
Alguns peregrinos aproveitam a ocasião para se deslocarem à cidade de Medina, onde se encontra o túmulo do profeta Maomé.
El hajj ou el hadj pode ser colocado na frente de nomes de pessoas que já fizeram a peregrinação (Fonte: União Islâmica)

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